A antiga ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, foi eleita presidente da 80.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Eleita com 167 votos, Baerbock torna-se a primeira mulher do grupo da Europa Ocidental a assumir este cargo e apenas a quinta mulher na história da ONU a presidir à Assembleia.
A eleição decorreu num momento delicado para o multilateralismo, marcado por conflitos prolongados, o abrandamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pressões financeiras crescentes e o processo de seleção do próximo secretário-geral das Nações Unidas.
A nova presidente destacou três prioridades para o seu mandato: tornar a ONU mais eficiente, avançar a Agenda 2030 e garantir uma Assembleia verdadeiramente inclusiva. “Vejo a diversidade da Assembleia Geral como a nossa força. Este é o lugar onde todos os países têm assento e voz”, afirmou Baerbock.
A Assembleia Geral tem-se tornado cada vez mais central no debate global, sobretudo desde a adoção da “Iniciativa do Veto” em 2022, que obriga o debate em plenário de temas bloqueados pelo Conselho de Segurança. Apesar de as resoluções da Assembleia não serem vinculativas, o órgão tem assumido um papel importante na defesa do multilateralismo e dos direitos humanos.
Baerbock, de 44 anos, foi ministra entre 2021 e 2024, destacando-se por uma política externa centrada em valores democráticos. Durante o seu mandato, visitou 77 países e promoveu uma política externa feminista, aumentando a representação feminina nas estruturas diplomáticas alemãs.
A sua eleição marca um novo capítulo para a Assembleia Geral, que inicia os trabalhos a 9 de setembro. Em 2025, espera-se que o órgão tenha um papel decisivo nas reformas das Nações Unidas e na preparação da sucessão do atual secretário-geral.
Fonte Rádio ONU