Inúmeras são as iniciativas para agilizar as adoções. Para lá de eficiente é disponibilizar galeria de fotos de quem está à espera de um lar.
Após ocorrer a adoção, emocionam os gestos de puro afeto de quem vai assumir a responsabilidade de fazer um ser feliz. Apesar da preocupação e do trabalho que, certamente, terá, a contrapartida é enorme. O adotante receberá a gratidão pelo gesto feito. Vai ter uma companhia diária. Poderá acarinhá-lo sempre que se sentir carente. Dividir com ele todos os momentos de alegria. Enfim, formarão uma família!
E o adotado será eternamente grato por ter sido retirado de um espaço de confinamento. Não que não estivesse sendo bem cuidado, mas o encarceramento e o tratamento impessoal, não supre a necessidade de amor que todos têm; que todas as criaturas merecem.
Só que – e infelizmente – não estou falando de crianças, como gostaria, mas de cães.
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Créditos: Pixabay
Por favor, não me acusem de estar comparando pessoas com bichos. Só estou tentando mostrar que há uma preocupação muito maior em assegurar a adoção de um animal do que de um ser humano.
Cruel – para dizer o mínimo – a atitude irresponsável de quem, pretensamente em respeito a uma norma legal inconstitucional, tem impedido a adoção de milhões de crianças que se encontram depositadas em abrigos. Reiteradamente a imprensa vem denunciando as péssimas condições das chamadas de casas de acolhimento. Que não acolhem, simplesmente escondem quem já sofreu a dor da perda da sua família. E lá permanecem por anos, acumulando a rejeição de quem não os quer: pais e parentes.
De outro lado há uma legião de pessoas que desejam adotar. Além da injustificável demora para se habilitarem, permanecem anos aguardando ser chamados.
Não que se devam colocar crianças expostas à visitação em uma praça pública. Mas ao menos aos candidatos à adoção deve ser assegurado o direito de conhecê-las, de ter acesso a fotos e vídeos.
Não é possível deixar de ter para com crianças o mesmo cuidado que vem merecendo os animais.