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Um quarto das pessoas não se sentem valorizadas no trabalho

Uma pesquisa com 12 mil trabalhadores em 75 países, realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), revelou que uma em cada quatro pessoas não se sente valorizada no trabalho e que apenas metade das pessoas entrevistadas consideram que há diversidade e inclusão suficientes em seus espaços de trabalho.

O estudo também concluiu que aquelas que se sentem incluídas estão em cargos mais altos; 92% dos funcionários seniores disseram que se sentiam incluídos e que a diversidade era respeitada e valorizada no trabalho, em comparação com 76% das pessoas entrevistadas de nível inferior.

Elevados níveis de diversidade e inclusão no local de trabalho estão associados a maior produtividade, inovação e bem-estar da força de trabalho. No entanto, muito pouco está sendo feito para promovê-los. Isto significa que empresas, trabalhadores e sociedades estão perdendo um potencial considerável benefícios.

Legenda: Segundo a OIT, um local de trabalho igualitário, diversificado e inclusivo é um fator-chave de resiliência e recuperação
Foto: © Unsplash

Uma em cada quatro pessoas não se sente valorizada no trabalho e aquelas que se sentem incluídas estão em cargos mais altos, de acordo com um novo relatório sobre diversidade e inclusão da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Altos níveis de igualdade, diversidade e inclusão estão associados à maior inovação, produtividade e desempenho, recrutamento e retenção de talentos e bem-estar da força de trabalho. No entanto, a pesquisa do relatório descobriu que apenas metade das pessoas entrevistadas disse que a diversidade e a inclusão foram suficientemente identificadas e que dispunham de recursos suficientes para fomentar cultura e estratégia de seus locais de trabalho. Atualmente, apenas um terço das empresas mede a inclusão, embora isso seja essencial para o progresso.

Estudos anteriores sobre diversidade e inclusão tendem a se concentrar em grandes empresas, muitas vezes multinacionais, em países ocidentais de alta renda. O novo relatório, Transformando Empresas através da diversidade e inclusão (disponível em inglês), concentra-se em empresas de todos os tamanhos em economias de renda média-baixa e média-alta e reúne informações de uma gama diversificada de funcionários, gerentes e executivos seniores. O estudo reflete a variedade em idade, gênero, orientação sexual, grupos étnicos/raciais/religiosos, pessoas com deficiência e pessoas com HIV.

O estudo descobriu que o sentimento de inclusão no local de trabalho estava mais associado à senioridade do que a antecedentes pessoais ou características como idade, sexo ou etnia/raça/religião. O estudo mostrou que 92% dos funcionários seniores disseram que se sentiam incluídos e que a diversidade era respeitada e valorizada no trabalho, em comparação com 76% das pessoas entrevistadas de nível inferior. A força de trabalho em empresas de médio, grande porte e multinacionais também foi mais propensa a se sentir mais positiva do que a de pequenas empresas e empresas nacionais.

A diversidade e a inclusão desempenham um “papel crítico no alto desempenho da força de trabalho, empresas, economias e sociedades globalmente”, destaca o relatório. “Se a inclusão continuar sendo um privilégio experimentado apenas por aqueles em níveis seniores, as empresas correm o risco de perder benefícios consideráveis.”

Apenas um quarto das pessoas entrevistadas relatou que as mulheres compunham uma proporção importante (40-60%) da alta administração, e um terço disse que não havia pessoas com deficiências no nível sênior. Alguns grupos minoritários também relatam constantemente menos experiências positivas com a inclusão, e esses grupos também tendiam a ser agrupados em níveis subalternos.

“A pandemia da COVID-19 expôs e exacerbou as desigualdades existentes em nossas economias e sociedades. Um local de trabalho igualitário, diversificado e inclusivo é um fator-chave de resiliência e recuperação”, disse a diretora do Departamento de Condições de Trabalho e Igualdade da OIT, Manuela Tomei.

As informações do estudo foram coletadas entre julho e setembro de 2021, durante a pandemia de COVID-19, com mais de 12 mil trabalhadores em 75 países em cinco regiões. Dois terços das pessoas entrevistadas relataram que, desde o início da crise, o nível de foco e ação sobre a diversidade e a inclusão em seus locais de trabalho aumentou. Uma proporção semelhante disse que a pandemia aumentou suas expectativas sobre os empregadores para promover a diversidade e a inclusão.

O relatório diz que a maneira mais provável de influenciar mais empresas a criar mudanças sustentáveis e transformacionais é combinar o argumento econômico para diversidade e inclusão com políticas e estruturas legislativas e valores empresariais solidários.

O estudo descreve quatro princípios-chave para alcançar mudanças transformacionais e sustentáveis que são aplicáveis globalmente e a todos os grupos e níveis da força de trabalho: diversidade e inclusão devem ser uma prioridade e parte da estratégia e da cultura; deve haver diversidade na alta administração; líderes seniores, gerentes e funcionários(as) devem ser responsáveis por seus atos como exemplos a seguir; e as ações devem ser aplicadas em todo o emprego – abrangendo recrutamento, retenção e desenvolvimento.

“A OIT está trabalhando com os constituintes para melhorar os níveis de diversidade e inclusão nos locais de trabalho”, disse a diretora do Escritório da OIT para Atividades dos Empregadores, Deborah France-Massin. “Os trabalhadores precisam sentir que são valorizados, respeitados, tratados de forma justa e empoderados por meio de práticas empresariais inclusivas, cultura organizacional inclusiva e liderança inclusiva. É essa abordagem transformacional da diversidade e inclusão que traz contribuições significativas para o desempenho geral dos negócios.”

O novo relatório da OIT define “inclusão” como a experiência que as pessoas têm no local de trabalho e a medida em que se sentem valorizadas por quem são, as habilidades e experiências que trazem e a medida em que têm um forte sentimento de pertencimento com os outros no trabalho.

O relatório foi compilado usando dados coletados pelo Escritório para Atividades dos Empregadores (Bureau for Employers’ Activities – ACT/EMP ) e o Departamento de Gênero, Igualdade, Diversidade e Inclusão (Gender, Equality, Diversity and Inclusion Branch -GEDI ) da OIT, trabalhando com organizações patronais e empresariais e redes de diversidade.

Fonte ONU

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