O Centro de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil investiga o desaparecimento do advogado Ricardo Melo, de 37 anos, que há cerca de quatro meses saiu de sua residência, no Corredor da Vitória, acompanhado pelo vizinho e principal suspeito do sequestro, Paulo Roberto Gomes Guimarães Filho, conhecido como Paulinho Mega. A participação do pai de Paulinho também é investigada.
Segundo o delegado Cleandro Pimenta, titular do COE, Paulinho Mega é acusado de vários outros crimes no estado. Entre eles estão o assassinato de um amigo de infância, chamado Kiko. “Ele descobriu alguns detalhes da vida privada de Paulinho Mega, que se sentiu ameaçado e mandou dois capangas matá-lo, na pousada que estava construindo na Barra”, explica Pimenta.
A mãe de Kiko, Cláudia Portela Lima, ressalta que o acusado frequentava sua casa desde criança. “Ele passou a frequentar muito a minha casa, mas sempre era diferente dos outros. Na época, eu não entendia o que era uma pessoa psicopata, mas comecei a observar coisas que não eram comuns na idade dele”.
Outra vítima de Paulinho Mega foi um homem chamado Carlos Alexandre, que foi torturado dentro de um quarto de motel, na avenida Pinto Aguiar. Dias depois, Paulinho foi encontrado na casa do sogro, no município de Berimbau, e condenado a 20 anos de prisão.
“Paulinho conseguiu se livrar para responder o crime em liberdade, em prisão domiciliar. Então ele se mudou para a Vitória sem avisar a Justiça. O principal desafio da policia civil agora é tentar localizar Ricardo e prender Paulinho Mega”, revela o delegado do COE.
Entenda o caso
De acordo com informações da polícia, Paulinho Mega alugou um apartamento no Corredor da Vitória em novembro de 2013, no mesmo prédio onde Ricardo morava com a mãe, Miriam Andrade. O suspeito teria se aproximado da vítima ao saber que ele tinha boas condições financeiras e contou que estava com câncer terminal.
O sequestro aconteceu no dia 29 de abril, quando Ricardo completou 37 anos. Imagens das câmeras de segurança do prédio registraram o momento em que os dois se encontraram no elevador e, após saírem no mesmo carro, são vistos por outra câmera abastecendo em um posto de combustível no bairro da Graça. Em seguida, eles saem em direção ao Vale do Canela e, depois disto, não foram mais vistos.
No dia seguinte, o sequestrador entrou em contato com a família de Ricardo e enviou o número de uma conta na qual o dinheiro do resgate deveria ser depositado. Esta foi a última vez que o sequestrador manteve contato.
Fonte: http://atarde.uol.com.br/