Senadores de oposição protocolaram ontem (21), na Mesa Diretora do Senado, requerimento do senador Paulo Paim (PT-RS) para criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência Social.
O objetivo da CPI será analisar os números da Previdência no Brasil e identificar casos de fraudes e sonegações que venham colaborando para o rombo nas contas da seguridade social. “O objetivo é mostrar que há superávit, combater a fraude, a sonegação, combater a corrupção. Vamos ver quem são os 500 maiores devedores e quanto devem”, disse o autor do requerimento após o protocolo.
O requerimento tem 46 assinaturas de senadores – o mínimo necessário para que a comissão seja instalada é 27. No entanto, após a leitura do requerimento ao plenário do Senado, os senadores que apoiaram a criação da CPI terão até a meia-noite para retirar o apoio se desejarem. Não há previsão de que a leitura seja feita ainda hoje (22).
Otimista, Paim disse não acreditar que os colegas vão retirar as assinaturas de modo a impedir a criação da CPI. “Estou convicto de que essa CPI será instalada no mês de abril”, disse.
Para a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que acompanhou o autor do requerimento, a CPI vai ajudar a provar o argumento da oposição, que é contra a reforma da Previdência, de que os números que estão sendo apresentados pelo governo não estão corretos.
“A CPI será um instrumento importante para fortalecer a luta contra a proposta [de reforma] da Previdência que aí está e vai permitir passar a limpo esse argumento falacioso do governo de que há rombo, déficit. É a hora da verdade prevalecer”, afirmou Fátima Bezerra.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse, em oportunidades anteriores, que o governo não trabalhará pela retirada das assinaturas, nem pelo impedimento da instalação da CPI. Na opinião de Jucá, a investigação provará que os números apresentados pelo Ministério da Previdência estão corretos e vai colaborar para a aprovação da reforma.