Impulsionar o alcance da vacina e atingir pelo menos 70% da população global é a única forma de conter o avanço da Ômicron e o surgimento de outras variantes do coronavírus, aponta a OMS.
Enquanto não existem dados suficientes disponíveis para dizer se a variante Ômicron é menos grave do que outras cepas , a vacinação segue como única solução para dar fim a pandemia.
Segundo especialistas da agência de saúde da ONU, um número crescente de estudos mostra preliminarmente que a variante Ômicron parece afetar principalmente o trato respiratório superior, causando sintomas mais leves.
Como o número de infectados pela variante Ômicron da COVID-19 continua a aumentar em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que é crucial que mais seja feito para ajudar todos os países a receberem doses de imunizantes contra o coronavírus o mais rápido possível.
O alerta coincide com a mensagem da epidemiologista sênior da OMS, Maria Van Kerkhove, transmitida à rádio BBC. Ela reforçou que os países não podem “impulsionar” sua saída da pandemia enquanto a variante Ômicron continuar sendo transmitida de forma “intensa”, assim como a variante Delta.
“Em meio à intensa mistura social, no contexto de uso limitado de medidas comprovadas de saúde pública, no contexto de cobertura vacinal limitada globalmente… essas são as condições que permitirão que qualquer variante, qualquer vírus, prospere,” disse Van Kerkhove à rádio britânica. “A Ômicron está tirando vantagem disso, e a Delta também.”
Alcance global – Antes do período de fim de ano, 128 países relataram ter identificado a Ômicron, disse a OMS, durante uma coletiva de imprensa em Genebra. O epidemiologista da OMS, Abdi Mahamud, informou que ainda não há dados suficientes disponíveis para dizer se a variante é menos grave do que outras cepas de coronavírus.
Ele observou que em Londres, “atingida com força” pelo aumento do número de infecções por COVID-19, as taxas de hospitalização estavam cerca de 20% mais baixas agora do que em 2020, antes que as vacinas estivessem disponíveis.
“Portanto, a mensagem principal é: se você for vacinado, você está protegido, mas se você for vulnerável ou se não tiver sido vacinado, a Ômicron – por mais leve ou suave que seja para outros – pode atingir você com muita força,” argumentou. “Portanto, a vacinação é muito crítica.”
O epidemiologista da OMS observou que um número crescente de estudos mostra preliminarmente que a variante Ômicron parecia afetar principalmente o trato respiratório superior, causando sintomas mais leves. Outras cepas afetam os pulmões e podem causar pneumonia grave, porém mais pesquisas são necessárias para comprovar essa conclusão sobre a Ômicron.
“O desafio não tem sido a vacina, mas a vacinação das populações mais vulneráveis”, relatou ele, antes de instar mais países a buscar 70% de cobertura vacinal o mais rápido possível.
Sem esse nível de proteção da vacina, o vírus “se replica em um ambiente superlotado, não ventilado e não vacinado”, continuou Abdi Mahamud, descrevendo esses tipos de ambiente como locais ideais para a mutação da COVID-19.
“Vimos isso acontecer com a Beta, a Delta, e vimos com a Ômicron, por isso é do interesse global” vacinar 70% das populações nacionais para reduzir o impacto da variante, insistiu.
Quota justa – O apelo da OMS por igualdade de vacinas não é novo e ocorre quando muitos países ricos consideram oferecer uma quarta vacina contra o coronavírus para suas populações.
Antes do Natal, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que “programas de reforço geral” provavelmente prolongariam a pandemia “ao desviar o fornecimento para países que já têm altos níveis de cobertura vacinal, dando ao vírus mais oportunidades de se espalhar e sofrer mutação”.
O chefe da OMS destacou que a prioridade deve ser apoiar os países a vacinar 40% de suas populações o mais rápido possível e 70% até meados de 2022.
Fonte ONU Brasil