Petroleiros entregam carta a Lula denunciando impactos da privatização da Refinaria de Manaus

Foto Ricardo Stuckert

Três anos após a privatização da Refinaria de Manaus (Ream), os impactos sobre a população do Amazonas são severos. De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o preço da gasolina no estado disparou 52,6% desde dezembro de 2022, passando de R$ 4,60 para R$ 7,02 o litro.

O boletim mais recente do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo e Gás (Ineep) mostra que a Região Norte lidera o ranking nacional de preços médios de combustíveis, registrando R$ 6,19 por litro em agosto de 2025, valor acima da média nacional e puxado especialmente pelos estados do Amazonas e Acre.

Refinaria virou base logística

Antes da privatização, a Ream refinava em média 900 mil barris de petróleo por mês. Hoje, controlada pelo grupo Atem, conforme denúncia da categoria petroleira, a unidade deixou de operar como refinaria e funciona quase exclusivamente como base logística. Em 2025, só processou petróleo em dois meses: março (296 mil barris) e abril (114 mil), volumes considerados irrisórios.

Segundo Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, essa mudança forçou o transporte do petróleo de Urucu (AM) para São Paulo, o que encarece ainda mais os combustíveis e penaliza a população da região Norte.

Carta a Lula com propostas

Diante desse cenário, a FUP e o Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) entregaram um documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciando os efeitos da privatização. O texto, baseado em estudo do Ineep, aponta:

  • redução drástica da atividade de refino;

  • maior dependência da importação de combustíveis;

  • preços abusivos para consumidores;

  • demissões em massa e precarização do trabalho;

  • perda bilionária de arrecadação para os cofres públicos;

  • risco de a Ream se transformar em mero terminal de armazenamento.

As entidades sugerem duas alternativas ao governo federal:

  1. Reestatização da refinaria, reincorporando-a à Petrobras; ou

  2. Parceria operacional com o grupo Atem, de forma a garantir o retorno do refino de petróleo de Urucu no Amazonas.

“Essas ações visam reduzir custos logísticos, reativar empregos qualificados, fortalecer a economia regional e garantir preços mais justos para a população”, afirmou Bacelar.

Inclusão estratégica

O documento ainda defende que o Amazonas seja integrado de forma prioritária à estratégia nacional de energia, com a Petrobras reassumindo papel central no refino e no desenvolvimento econômico e social do país.

Leia a carta na íntegra – https://fup.org.br/refinaria-de-manaus-um-crime-contra-o-povo-brasileiro-e-a-soberania-nacional/.

Fonte: Sindipetro-AM – Assessoria – Lívia Ferrari – livia@alterconteudo.com.br – +55 21 97974-7554. Maíra Santafé – maira@alterconteudo.com.br – +55 21 98743-2307.

Foto de Estado de direito

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