Anistia critica “ineficácia” de autoridades no caso Marielle

Foto: Renan Olaz/Arquivo/Câmara Municipal do Rio

Na semana em que o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes completa quatro meses, a Anistia Internacional no Brasil divulgou hoje (12) um comunicado em que critica as instituições do Sistema de Justiça Criminal Brasileiro por ainda não terem chegado a uma solução para os crimes.

“Após quatro meses, a não resolução do assassinato de Marielle Franco demonstra ineficácia, incompetência e falta de vontade das instituições do Sistema de Justiça Criminal brasileiro em resolver o caso. É urgente o estabelecimento de um mecanismo externo e independente para monitorar essa investigação”, afirmou Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional, que também pediu que as autoridades quebrem o silêncio e voltem a se comprometer publicamente a encontrar os responsáveis pelos assassinatos.

“A não solução do caso demonstra de forma inconteste a falta de compromisso do Estado brasileiro com seus defensores e defensoras de direitos humanos”, disse.

Marielle e Anderson foram assassinados em 14 de março no Estácio, na região central do Rio de Janeiro. Os assassinos dispararam tiros de um carro que seguia a vereadora.

A coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional, Renata Neder, defendeu hoje que a falta de solução do caso e a possibilidade de envolvimento de agentes do Estado apontam a necessidade de se criar um mecanismo independente de acompanhamento das investigações. Quem participaria desse órgão e como se daria a sua criação são pontos que ainda é necessário discutir, ponderou ela.

“É importante para garantir que  as investigações andem de forma célere, não sofram com interferências indevidas e que todas as diligências sejam feitas”, disse ela, que explicou que esse órgão externo não faria uma investigação paralela, mas apenas verificaria se os procedimentos corretos estão sendo cumpridos.

Quando o crime completou três meses, a Anistia cobrou que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro destacasse membros de seus grupos especializados para acompanhar o trabalho da Polícia Civil, que toca as investigações em sigilo. Segundo Renata, o MP não atendeu essa reivindicação e explicou que cinco promotores já estavam reforçando o trabalho do promotor responsável pelo caso.

Pais de Marielle

Os pais de Marielle Franco estiveram na sede da Anistia Internacional na manhã de hoje para reforçar a cobrança por uma investigação mais célere e transparente. Marinete da Silva disse que já não recebe notícias das autoridades fluminenses há mais de um mês.

“É bem ruim pra gente esse silêncio. É um sentimento de que se está chegando a um ponto de impunidade”, disse ela, que afirmou que ainda confia no trabalho da Polícia e nas condições que ela tem de chegar a uma solução. “Eu preciso acreditar”, desabafou.

Antônio Francisco da Silva, pai de Marielle também criticou as autoridades e disse que nenhuma se prontifica a falar com a família. Ele também disse ter confiança de que a Polícia pode chegar aos criminosos e mandantes do crime e afirmou que não apenas a família, mas a sociedade brasileira e a comunidade internacional também esperam que a justiça seja feita.

“Todo dia quando eu acordo eu faço essa pergunta: O que minha filha fez, o que ela falou, para que tirassem a vida dela brutal e covardemente como foi?”

Procurada, a Secretaria Estadual de Segurança Pública afirmou em nota que não vai se posicionar sobre o caso, porque ele segue em sigilo.

 

Fonte: Agência Brasil

 

Se você deseja acompanhar as notícias do Jornal Estado de Direito, envie seu nome e a mensagem “JED” para o número (51) 99913-1398, assim incluiremos seu contato na lista de transmissão de notícias.

 

Picture of Ondaweb Criação de sites

Ondaweb Criação de sites

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.

Notícias + lidas

Cadastra-se para
receber nossa newsletter