Penas dos condenados vão até dois anos e oito meses de reclusão.
Eles venderam ingressos falsos para o jogo Brasil e México, no Castelão.
A Justiça do Ceará condenou três pessoas – Thiago Bettencourt Albuquerque Carvalho e os irmãos Jefferson Clayton Santos de Matos e Ingrid Cristina Santos de Matos – por venda de ingressos falsos durante os jogos da Copa do Mundo 2014. A decisão foi proferida pela juíza Maria José Bentes, do 4º Juizado Especial Cível e Criminal de Fortaleza, na sexta-feira (17).
Thiago Bettencourt teve pena de dois anos e oito meses, em regime fechado, porque tem antecedentes criminais. Terá ainda de cumprir um ano de detenção por resistir à prisão e falsidade ideológica, já que informou nome falso ao ser preso. Para Jefferson Clayton, a juíza estabeleceu pena de dois anos de reclusão, em regime semiaberto, e seis meses de detenção por resistir à prisão. Já Ingrid Cristina foi condenada a um ano e oito meses, em regime semiaberto, por ser ré primária.
A venda de ingressos falsos ocorreu no Centro de Eventos, em Fortaleza. Um torcedor tentava adquirir um ingresso para o jogo Brasil e México, no dia 17 de junho, na Arena Castelão. No local, o torcedor foi abordado por Ingrid Cristina, que estava comercializando ingressos. Após negociação com a cambista, o torcedor adquiriu uma entrada pelo valor de R$ 1 mil.
De acordo com os autos, ao tentar entrar na Arena Castelão, o torcedor foi impedido porque o bilhete era falso. A vítima avisou aos policiais militares, que encontraram a mulher condenada na companhia dos outros dois no entorno do estádio. Jefferson Clayton e Thiago Bettencourt reagiram agressivamente à abordagem policial, inclusive tentaram tomar a arma de um deles.
Com os réus foram encontrados a quantia de R$ 13.884,05, 120 dólares, 14 pulseiras de acesso especial ao Castelão, passaporte, documentos e cartão magnético de um jornalista britânico. Depois da prisão, duas vítimas reconheceram Thiago como o cambista que havia vendido 11 ingressos falsos no valor total de R$ 11.600,00.
Defesa
Na defesa, Thiago alegou total ausência de provas da participação dele nos fatos. Os irmãos Ingrid e Jefferson sustentaram que vieram para Fortaleza em carro próprio assistir ao jogo, além de conhecer a cidade e a sogra de Jefferson. Também aproveitaram para comercializar produtos esportivos e água. Eles negaram a participação no delito. O Ministério Público do Ceará (MP-CE) rpediu a condenação dos réus por estelionato e associação para o crime.
Ao julgar o caso, a juíza condenou os acusados por estelionato, mas entendeu que “não há como vincular os acusados como componentes de um mesmo grupo de delinquentes, portanto, não vislumbro terem agido em formação de quadrilha ou bando. Não é possível fomentar este entendimento, por serem todos procedentes de São Paulo, até porque, em razão do evento Copa do Mundo, as cidades sedes das competições receberam turistas de todos os cantos”.