Sindicalistas e empresários promoveram um ato hoje (13) na Avenida Paulista, região central da capital, para pedir mudanças na política econômica. Acompanhados de carro de som, com bandeiras e balões, os manifestantes saíram da Praça Oswaldo Cruz e foram em passeata até o Museu de Arte de São Paulo (Masp). Interrompendo a via no sentido Consolação, líderes sindicais e patronais se revezaram ao microfone para criticar, especialmente, as altas taxas de juros.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, a defesa da produção nacional de valor agregado une as duas categorias. “Nós, trabalhadores e empresários, também temos as nossas diferenças. Em época de negociação coletiva, discutimos, brigamos. Faz parte do dia a dia. Só que, quando se trata de defender o emprego industrial e a indústria, nós estamos absolutamente alinhados”, ressaltou.
Pastoriza disse que o ato é um “grito de alerta” sobre os efeitos nocivos dos juros altos e do atual sistema tributário sobre o parque industrial do país. “Nós estamos aqui hoje fazendo uma pressão legítima, democrática e apartidária, mas contundente para que sejamos ouvidos, porque Brasília não nos escuta: nem o Executivo, nem o Legislativo.”
Segundo o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, patrões e empregados estão unidos na busca por uma solução para os problemas econômicos. “Essa é uma unidade de empresários e trabalhadores na tentativa de achar um caminho para a crise. Que o governo mude o eixo da política econômic, que hoje está centrada no sistema financeiro, no capital especulativo, e venha para a indústria”, afirmou.
De acordo com Torres, as dificuldades estruturais têm prejudicado a produção nacional há muito tempo. “A crise está muito grande. Já faz 12 anos que os empresários estão diminuindo sua participação no PIB [Produto Interno Bruto] e os trabalhadores estão pagando o pato. As empresas [estão] fechando e o desemprego, aumentando”, acrescentou.
Também participaram da manifestação representantes da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e da União Geral dos Trabalhadores (UGT).
Fonte: EBC