O projeto Direito no Cárcere celebra na sexta-feira, 28 de agosto, quatro anos em atividade no Presídio Central de Porto Alegre. A iniciativa beneficiou até a presente data mais de 560 detentos em tratamento de dependência química, atingindo diretamente entre detentos, familiares, voluntários e equipe técnica mais de duas mil pessoas e indiretamente mais de 116 mil pessoas utilizando como fonte de aproximação e inclusão social a internet.
Está marcado para essa sexta-feira, diversas atividades com apoio de voluntários que vem de Gravataí, como o artista plástico Deon Art, de Santa Catarina, o atleta Diego Marques, de Mato Grosso do Sul, o juiz militar Jorge Luiz de Oliveira da Silva e de Porto Alegre, o vereador membro da Comissão de Direitos Humanos, Alberto Kopttike, representando a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Ana Paula Pozzan. Presente também o jornalista Claudio Brito, o ativista Claudio Roberto Pagno da Costa, a Desembargadora Lizete Sebben pelo TJRS, o fundador do Instituto Tolerância, Jader Marques, o juiz da VEPMA, Luciano Losekan, a arquiteta Rachel Adolpho, também da comunicação o jornalista, Renato Dorneles, o juiz da VEC, Sidinei Brzuska, o promotor de Justiça, Luciano Pretto, a Diretora de Cinema, Tatiana Sager.
A atividade ocorre sob a coordenação da advogada e jornalista Carmela Grune, presidente do Instituto Cultural Estado de Direito e de Tiago Herbert de Araujo, arte educador popular, diretor das Relações Institucionais do Instituto Cultural Estado de Direito.
Como será o dia na Galeria E1:
Palestra com o advogado criminalista, fundador do Instituto Tolerância, Jader Marques – “Aquele que tem um PORQUE para viver pode enfrentar todos os COMO”
Palestra com o juiz militar Jorge Luiz de Oliveira da Silva? – “Refletir o Passado, Pensar o Presente e Projetar o Futuro”
Palestra com juiz criminal da VEPMA, Luciano Losekann – “Projeto Voltar a Confiar” –
Intervenção de Grafite com Deon Art
Intervenção de Slack Line com o atleta Diego Marques
Show de divulgação da campanha de financiamento coletivo do CD “O Espírito dos Lanceiros, de Paulo Dionísio, acompanhado por Jair Prates, Alberto Duarte Jr., Luis Walter
Apresentação Oficina de Composição Musical com músico Ras Sansão
Pioneiro na América Latina por utilizar a internet como ferramenta de inclusão social e preservação do direito à memória no sistema prisional a Prática Humanística tem contribuído na ressignificação da história de um local considerado um dos piores presídios do País, um não-lugar, para um local de encontro de si, encontro da sociedade com suas mazelas, para uma reflexão com ação, no fomento da consciência coletiva cidadã, na mudança de concepção da sociedade para o enfrentamento da naturalização do preconceito ao detento. Promove o combate à violência institucional e discriminação, pela promoção dos Direitos Humanos por meio da expressão da cidadania local.
Pela promoção de formas alternativas de acesso à justiça, resgata a autoestima do apenado, (re)descobre capacidades e sonhos para uma vida com dignidade, através de um meio ambiente que possibilite a saúde física e mental do apenado, e de todos os servidores e familiares que frequentam o espaço.
Desde sua criação diversas ações de mobilização social foram realizadas: atividades educativas, artísticas, culturais, destacando as benfeitorias no espaço físico, serviços de atendimento jurídico, arrecadação de materiais de higiene pessoal e escolares. Nas obras de reformulação do local, são os próprios detentos que dão uma nova vida ao espaço, exemplo disso: colocação de piso na sala de convivência, três mutirões de pintura em toda a galeria, um mutirão de grafite preenchendo uma parede de aproximadamente 25 metros no pátio.
A iniciativa é oportunizada pela SUSEPE, Brigada Militar, Vara de Execuções Criminais (VEC) e Ministério Público do RS. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, através da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas – VEPMA, que no dia 17 de junho de 2015, celebrou Convênio confirmando a relevância do projeto dentro do sistema prisional – colaborando na manutenção financeira do Direito no Cárcere.
Muita gente vai ficar de fora, mas pensando nisso já está preparando uma atividade pública para o final do ano, o IV Ciclo de Estudos Direito no Cárcere, realizado no Auditório do Presídio Central, com a presença dos detentos integrantes do projeto, entidades parceiras, voluntários, com capacidade para receber até 300 convidados!