O tempo e o EAD: A sistemização

 

Coluna Descortinando o Direito Empresarial

Se você deseja se tornar um colunista do site Estado de Direito, entre em contato através do e-mail contato@estadodedireito.com.br

Foto: Pixabay

Introdução

A sistematização requerida pelo professor-tutor do curso de EAD envolve três pontos importantes: (a) importância do EAD para o ensino superior: (b) Estratégias e Ações para conter a Evasão no ensino a distância e; (c) Comentários e reflexões sobre o projeto de EaD do UniCEUB.

E, para responder as indagações proposta não podemos deixar de pensar no tempo como fio condutor do texto, isso porque o tempo é a fonte e a conclusão de toda a questão de realizar ou não um estudo em EAD.

O tempo

Quando analiso a questão do tempo na concretização dos direitos (AQUINO, 2015) afirmei que:

O termo grego Krónos, latim tempus, é um conceito polivalente e fundamental em toda a prospecção filosófica. Os filósofos gregos têm um conceito ontológico do tempo segundo Aristóteles “o tempo é uma participação do ser”. Platão escreve que o “tempo é como uma a imagem móvel da eternidade. Assim, o tempo é uma criança que brinca movendo as pedras do jogo para lá e para cá, o reino da criança. Portanto o ser está presente no tempo.

Aristóteles começa a observar o tempo como o movimento segundo o antes e o depois, o que acarreta a concepção do tempo como medida do movimento. Kant fora receptivo do conceito clássico do tempo e o considera na concepção do tempo como ordem casual é, se dúvida, da maior importância filosófica. Hegel encara o tempo a partir de um conceito intuitivo, aonde o identifica como a consciência em seu aspecto parcial, ou seja, observa o tempo real, o tempo psicológico, a duração, como intuição da duração, enquanto o outro tempo, físico, geométrico, seria o tempo aparente e conclui Hegel que o tempo é corrente de vivências, infinitas, sem começo e sem fim, um eterno presente. Heidegger afirma que a temporalidade é que torna possível a unidade da existência. É certo que paralelamente à conceituação filosófica, desenvolve-se o conceito da física atual, que difere tanto da física clássica quanto da filosofia. Einstein procura superar o tempo absoluto tradicional e se fixa num ideia de tempo relativo: Há um continuum tetradimensional, do qual a quarta dimensão se chama tempo (MACEDO, 1977, p. 205-207).

A relação tempo e informação

A relação tempo e a informação, nos mostra que o ser e as novas lógicas temporais mediadas são uma realidade, apresentadas no tempo da própria informação.

Foto: Pixabay

Foto: Pixabay

O acesso a informação nas últimas décadas vem sendo disseminado em múltiplas formas midiáticas tradicionais ou não tradicionais, o que vem garantindo ao ser humano um avanço no conhecimento, mas o sujeito continua sendo o ser passivo na escala do conhecimento, como sujeito receptor da informação, salvo quando a vontade de interagir é procurada pelo receptor.

O sujeito ao procurar a informação passada pelos meios midiáticos acaba por receber diversas informações, sem contudo, construir um conhecimento adequado, pois em muitas das informações transpostas na internet, pode existir falta de realidade fática real, pois existe muitas notícias falsas (KENSKI, 2013, p. 39-40).

Dentro da perspectiva LITS (1997) afirma “esta ilusão de controle de programas é ainda mais reforçada nas redes interconectadas da internet e WORLD WIDE WEB. Todo o mundo está agora disponível online direto e em tempo real a partir de um terminal de computador. O explorador da rede é o piloto de avião supersônico ou Formula-1, que controla uma máquina potente, rápida, em que ele é o único comandante a bordo, pronto para a corrida no topo, desafiando a força da inércia e abolindo espaço e tempo”.

A importância do EAD no ensino superior

A internet e seus desdobramentos e funcionalidades mais atuais viabilizam – como informa TURKLE (1997, p. 12) uma “erosão das fronteiras entre o real e o virtual, o animado e inanimado, o eu unitário e o eu múltiplo”. O que ocorre no mundos virtuais abrange também a vida off-line, o aspecto performático e simulado das nossas relações que, como dizia BAUDRILLARD (1991), imunda há muito a nossa vida.

A reflexão em torno da oposição humano/maquina, proposta pelo desenvolvimento rápido da tecnologia, criou um efeito inverso: pensamos na humanidade, por meio do computador, definindo-a por leio dele, é a era da aparência.

Os meios tecnológicos acabam por condensar a natureza da humanidade e do seu conhecimento acerca de algo, pois a incorporação da cultura digital leva à não diferenciação nos estudos feitos e realizados acerca do ser humano e a máquina, por assim dizer que ambos si situam na mesma lógica de analise. As perspectivas e as teorias e a própria forma como os cientistas e educadores analisam o comportamento dos seres humanos e a organização do nosso tempo, acabam por acarretar a ideia de programabilidade.
Por outro lado, em uma sociedade que isola pessoas, a internet se apresenta como um elo, um link com plano social diferenciado, pois apesar de estar isoladamente isolados, desconectados do exterior, e simultaneamente, estabelecendo relações de aprendizados efetivas com outros sujeitos que se encontram no mesmo espaço virtual, mas que fisicamente (geograficamente) estão distantes.

Foto: Pixabay

Foto: Pixabay

Esse é ponto em o EAD passa a ter a sua importância para o ensino superior, uma vez que pessoas deslocadas dos grandes centros educacionais, podem com um clicar e com dedicação de um tempo realizar e se matricular em uma universalidade com a finalidade de fazer um curso superior de qualidade, além é claro daqueles que mesmo morando nos grandes centros educacionais, não podem ou não querem perder tempo em bancos das universidades.

A evasão escolar no EAD

Mas, por outro lado o tempo pode acarretar a evasão escolar e como evitar?

A banalização das tecnologias digitais e o seu uso indiferenciado por grande segmento da sociedade movimentam o s espaços educacionais no que concerne à sua incorporação, a partir das últimas décadas do século XX. O acesso aberto a internet no século passado deu início a um processo de valoração das tecnologias digitais em todos os setores da sociedade inclusive na educação. A imagem da IES como provedora de um ensino de qualidade e moderno é apresentada pela divulgação de imagens de salas de aulas, laboratórios e demais instalações repletas de computadores. Grandes investimento são realizados para incorporação de sistema de teleconferência, acessos a ambientes virtuais de alta complexidade e usos de computadores pelos alunos em aulas presenciais. Contudo, o avanço não está sendo articulado como mudanças estruturais no processo de ensino, nas propostas curriculares e na formação dos professores universitários para a nova realidade educacional.

Assim, as aulas continuam a ser proposta por meio de mecanismos ainda arcaicos, como power point ou textos projetados, e o uso do meio virtual serve apenas para cabide de textos.
A evasão escolar na modalidade ensino virtual é gerada pelos seguintes fatores, segundo PINTELAS (2002, p. 361-372) os classifica em três grandes categorias: (1) fatores internos relacionados às percepções do aluno e seu lócus de controle – interno-externo; (2) fatores relativos ao curso e aos tutores; e (3) fatores relacionados a certas características demográficas dos estudantes, como idade, sexo, estado civil, número de filhos, tipo de trabalho ou profissão, entre outras. Assim, o fator fundamental é o seguinte: tenho coisas mais importantes a fazer do que perder meu tempo com esse estudo, logo o fator é psicológico, ou seja, vontade de fazer.

É necessário mudar essa temática e nesse ponto de reflexão o tempo também influi, pois quais as Estratégias e Ações para conter a Evasão no ensino a distância? (a) criação de vídeos aulas; (b) uma melhor remuneração dos professores; (c) melhores de conteúdo, como uma maior integração do aluno com o curso.
Assim, fundamental que para evitar a evasão é necessário melhorar a interação social; integração acadêmica (questões pedagógicas); observar as atribuições externas do aluno (família, trabalho e vida social) e;por último verificar a incompatibilidade acadêmica.

E, para responder a última inquietação proposta pelo professor tutor que é a Comentários e reflexões sobre o projeto de EaD do UniCEUB, tomamos com referência
O EAD tem um importante papel social, não se atendo apenas ao acesso à educação tradicional, mas contribuindo na qualificação e atualização dos profissionais de diferentes áreas, além de propiciar formação em novas ocupações e profissões e dentro desta perspectiva o UNICEUB não está de fora. Vejamos porque: (a) há cursos de pós-graduação ministrados em EAD; (b) preocupação em ministrar cursos de atualização periódicas aos professores; (c) plataforma tecnológica de ponta; (d) informação constantemente atualizada nas mídias sociais acerca dos seus curso e; (d) metodologia aplicada ao EAD diferenciada e adequada as necessidades dos alunos.

Referências

AQUINO, L. G. “O tempo no processo: A mitigação do princípio tempus regit actum no novo Código de Processo Civil”. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVIII, n. 140, set 2015. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=16341&revista_caderno=21>. Acesso em nov 2016.
BAUDRILLARD, J. Simulacros e simulações. Lisboa: Relógio d’Água, 1991.
KENSKI, V. M. Tecnologias e tempo docente. Capinas: Papirus, 2013.
LITS, M. “Temps et récit médiatique”. In. Temporalistes. nº 36 dez. Paris: Centre de Rechercer en Gestion/École Polytechinique,1997. Disponível em: htpp://temporalistes.socioroon.org. Acesso em 23/11/2016.
MACEDO, S. “Tempo”. In: Enciclopédia saraiva do direito. Coord. R. Limongi França. São Paulo: Saraiva, 1977. v. 72: 205-207, p. 205-206.
PINTELAS, P; XENOS, M; PIERRAKEAS, C.. “A survey on student dropout rates and dropout causes concerning the students in the Course of Informatics of the Hellenic Open University”. Computers & Education, v. 39, n. 4, p. 361-377, 2002.
TURKLE, S. A vida no écrã. a identidade na era da internet. Lisboa: Relógio d’Água, 1997.

 

Leonardo Gomes de AquinoLeonardo Gomes de Aquino é Articulista do Estado de Direito, responsável pela Coluna “Descortinando o Direito Empresarial” – Mestre em Direito. Pós-Graduado em Direito Empresarial. Pós-graduado em Ciências Jurídico Empresariais. Pós-graduado em Ciências Jurídico Processuais. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor Universitário. Autor do Livro “Direito Empresarial: teoria da Empresa e Direito Societário”.
Picture of Ondaweb Criação de sites

Ondaweb Criação de sites

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.

Cadastra-se para
receber nossa newsletter