O Ministério Público Federal (MPF) pediu o bloqueio de bens de um advogado suspeito de desviar dinheiro de contas judiciais do Fórum de Londrina, no norte do Paraná. Segundo o MPF, a ação foi acatada pela Justiça, mas, até esta quarta-feira (20), nenhum bem foi localizado no nome do suspeito. Conforme as investigações, cerca de R$ 27 mil foram sacados de forma irregular de quatro processos do 3º Juizado Especial em fevereiro de 2014. Foram abertas duas ações, uma civil e outra criminal, contra o suspeito. Além do advogado, funcionários do Fórum e do banco também devem ser ouvidos durante as investigações.
Na época, o advogado atuava como conciliador em audiências do Juizado Especial, cargo do qual já foi desligado logo depois que o caso foi descoberto. Conforme o procurador da República, Luiz Antônio Ximenes Cibin, o rapaz teria falsificado assinaturas de juízes e de documentos para fazer os saques irregulares. “Ele aproveitou da confiança que tinha com os magistrados com os quais trabalhava, e resolveu utilizar disso para poder manusear processos e falsificar as assinaturas”, diz Cibin. O banco precisou arcar com os valores desviados, ainda de acordo com o procurador.
Em abril, um mês após a descoberta do esquema, o suspeito se apresentou à Vara de Execuções Penais de Londrina e ficou preso por 50 dias. Ele responde ao processo em liberdade. Além disso, o advogado responde a um processo disciplinar na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), podendo ser suspenso ou até perder o direito de advogar.
Na ação criminal o MPF pede a condenação por estelionato, o que pode resultar em mais de seis anos de prisão. Já no processo civil a ação é por improbidade administrativa, o advogado pode ter os direitos políticos suspensos, além de ser impedido de ocupar cargos públicos. “Pedimos também nessa ação a reparação do dano causado ao patrimônio, e uma multa de até três vezes o valor desse prejuízo”, explica Cibin.
Fonte: http://g1.globo.com/