Recurso foi movido pela defesa de Leandro Boldrini, acusado de homicídio.
O filho dele foi encontrado morto em uma cova rasa em abril no RS.
A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio Grande do Sul negou nesta quinta-feira (23) um recurso de defesa do médico Leandro Boldrini para invalidar a denúncia do Ministério Público (MP) contra os quatro réus do processo que apura o assassinato do menino Bernardo, filho do acusado, em abril deste ano.
Com isso, seguem mantidas as acusações por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica, sendo esta última atribuída apenas a Leandro. O médico é acusado de tramar a morte do menino junto com a madrasta, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz. Todos estão presos.
O menino, de 11 anos, foi encontrado morto, enterrado em uma cova rasa em Frederico Westphalen, a cerca de 80 quilômetros de Três Passos, onde ele morava com a família. O caso revelou um passado de violência e humilhações sofridas pelo garoto.
Na sessão realizada pelo Tribunal de Justiça, os magistrados também negaram o pedido dos advogados do réu para que fossem incluídos como testemunhas no caso o juiz Fernando Vieira dos Santos e a promotora de Justiça Dinamárcia Maciel de Oliveira, que atuaram no processo que apurou as denúncias de abandono familiar sofrido por Bernardo.
Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No dia 6 de abril, o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. No dia 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem de um sedativo e depois enterrado em uma cova rasa, na área rural de Frederico Westphalen.
O inquérito apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ainda conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita médica. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune, e contaram com a colaboração dos irmãos Edelvânia e Evandro, concluiu a investigação policial.
Fonte: http://g1.globo.com/