Matheus Goldoni estava desaparecido desde sexta-feira (17).
Família diz que ele foi perseguido por seguranças; boate desmente versão.
Foi localizado na mata perto do Bairro Borboleta no final desta manhã o corpo de Matheus Goldoni. A informação é do Corpo de Bombeiros de Juiz de Fora, que realizava buscas na região desde domingo (16). O jovem de 18 anos estava desaparecido desde sexta-feira (14), quando saiu de casa para ir a uma boate e não retornou.
De acordo com informações repassadas pelo assessor de Comunicação do 4º Batalhão de Bombeiros Militares (BBM), Capitão Marcos Santiago, a equipe de buscas encontrou o corpo às 10h55, na base de uma cachoeira que existe na mata próxima ao Bairro Borboleta. Neste momento é aguardada a equipe da perícia da Polícia Civil. Os bombeiros permanecem no local para auxiliar no trabalho de remoção do corpo pela funerária.
Nesta manhã, a delegada regional Sheila Oliveira explicou à reportagem do G1 que o caso era acompanhado por meio de um procedimento de apuração de desaparecimento. Com a confirmação da morte, agora será repassado para a Delegacia de Homicídios, que será responsável por apurar as circunstâncias que levaram à morte do jovem.
Versões sobre o desaparecimento
No início desta manhã cerca de 50 pessoas entre familiares e amigos do garoto se reuniram em frente à casa noturna e pediram providências ao poder público e aos proprietários do local. “Estou há mais de 48 horas sem notícias do meu filho. Estamos todos angustiados, desesperados. Ele nunca sumiu assim. Nunca saiu de casa sem me avisar, sempre me fala a hora que vai sair do serviço. Eu tenho problemas de saúde, ele nunca faria nada para me deixar nervosa”, contou a mãe, a dona de casa Nívea Goldoni.
Segundo Nívea Goldoni, em um primeiro momento a família pensou que Matheus Goldoni teria saído da festa, dormido na casa de um colega e ido direto para o trabalho no sábado (15). “Eu imaginei isso porque ele tinha acabado de ser promovido. Nunca faltaria ao trabalho. Porém, na noite de sábado ele não retornou. Fiquei muito preocupada e comecei a procurá-lo. Fui até ao Pronto Socorro”, relembrou.
Após a manifestação, familiares e amigos receberam informações da casa noturna. “Um gerente do local conversou conosco e nos deixou entrar no local para olharmos. Ele disse que a boate está à disposição. Nós pedimos acesso às fitas do sistema de segurança. Em um primeiro momento eles falaram que iam liberar, mas agora disseram que só com a Polícia Civil”, disse Nívea.
De acordo com informações da Polícia Militar (PM), o Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado no domingo (16), às 4h34 pelo pai do garoto. A ocorrência diz que o homem foi até a casa noturna e informado por um vendedor ambulante que o rapaz foi retirado da festa e perseguido por três seguranças do local. “A informação que chegou para nós é que ele teria participado de uma confusão por causa de uma menina e foi colocado para fora em seguida. Os seguranças falaram que ele estava alterado e muito nervoso. Mas esse comportamento não condiz com ele. Cada hora eles falam uma versão. Primeiro me disseram que ele foi tirado e fugiu. Depois falaram que os seguranças quiseram dar um susto nele, correram atrás e ele acabou pulando na mata ao lado”, disse Nívea.
O G1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da boate Privilége, que informou por meio de nota que o jovem se envolveu em uma briga sem gravidades dentro da casa e que por isso foi convidado a se retirar. Conforme a nota, do lado de fora o jovem desceu em direção ao Centro quebrando retrovisores de automóveis estacionados e que ao tomar conhecimento do episódio, um segurança desceu a estrada, mas não o localizou. Ainda na nota constam as placas dos veículos danificados.
Fonte: http://g1.globo.com/