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Gustav Klimt vencendo todos os preconceitos para ter sua arte reconhecida mundialmente!

Gustav Klimt (1862-1918) foi um pintor austríaco, o segundo dos sete filhos de um casal de classe média. O pai era um gravador de metais e a mãe cantora. Aos doze anos ele e seu irmão já vendiam retratos que pintavam a partir de fotografias. Aos 21 anos, com este irmão montou uma empresa de pinturas diversas, mas o mesmo morreu logo em seguida. Sem nunca perder a esperança foi conquistando espaços, desenvolvendo uma produção de forte cunho decorativo, com muitas alegorias, entre elas “A Árvore da Vida”(foto). Depois veio “O Beijo”e os corpos femininos, todas de sua fase dourada, mas sempre alvo de críticas e acirradas controvérsias.

Passou a vida tentando ser admitido na Academia de Arte de Viena, que sempre o recusara por não ter um estilo enquadrado aos padrões de sua época.. Só em 1917 conseguira este feito e em menos de um ano depois veio a falecer, com 56 anos. Mas alcançara, com seu esforço, estudo e perseverança, tudo que almejara desde seus 12 anos. Venceu todos os seus empecilhos e entrou para a história da arte com um estilo muito próprio do simbolismo mesclado com o Art Noveau, hoje admirado e aplaudido por todos. Da obra de Klimt escolhemos “A Árvore da Vida” para ser relida pelas crianças e adolescentes do Abrigo AR7, em situação de abusos diversos, retirados de suas famílias, momentaneamente, e tutelados pelo Judiciário, portanto, frequentam a oficina por um curto período e entre audiências. Utilizamos a arte neste espaço como um pronto socorro de emergência emocional. Buscamos trazer artistas que também tiveram que vencer suas vicissitudes e a si mesmos, semelhantes às situações que se encontram neste momento e de como podem sobreviver a isto. Contamos a história da vida deste artista e apresentamos sua ” árvore da vida”, com objetos e signos que gostava. Assim deveriam criar suas árvores próprias. Disponibilizamos papel e giz de cera para seus esboços e depois as telas e a tinta acrílica para completarem suas criações, sempre discutindo com a turma, neste dia com doze participantes, entre três e dezessete anos, sobre as partes que formam uma árvore até os incêndios da floresta Amazônica. A ação do desenho é imediata, pois a árvore é nossa companheira de sempre, desde nossos primórdios. Representa simbolicamente a vida em crescimento e também uma espécie de autorretrato contendo nossas fragilidades e/ou fortalezas, solidão e/ou sociabilidade.

A medida que iam terminando, disponibilizava o pigmento dourado, para reforçarem algum elemento, bem como Klimt fazia em sua fase dourada, pois haviam se transformado neste artista, naquele momento. Como Klimt, quando tinha a idade de muitos ali, utilizara a fotografia, todos posaram com suas obras, como uma possibilidade de se pintarem num futuro próximo. Lástima não poder revelar a lindeza de seus sorrisos e olhos brilhando de alegria ao final. Faltou a fotografia da adolescente da árvore com troco e maças douradas, saiu correndo e saltitante de alegria, tinha audiência bem naquela hora e seu tempo ali expirara, não deixou ninguém me avisar que não ficaria até o final, temendo que não pudesse participar. “- Sua força e determinação se assemelham a do artista em foco”, consegui verbalizar, feliz, mesmo sem entender muito bem como a arte consegue produzir aquela reação: “correndo e saltitante de alegria”, de uma adolescente, naquelas circunstâncias diante de uma audiência que iria decidir o seu futuro. Certamente seria como o do Klimt: admirada e aplaudida por todos. Aliás, já o é por mim!

 

Artinclusão no AR7, recebeu o Prêmio Fumproarte SMC POA, que o patrocina.

 

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