Janot pede sensibilidade a deputados para aprovar medidas anticorrupção

|||||
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil|||||
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Ao falar na abertura do seminário 10 Medidas contra a Corrupção no Contexto da Convenção das Nações Unidas, o procurador-geral, Rodrigo Janot, disse que o Brasil vive um momento ímpar e que a aprovação do relatório ontem (23) na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, com o placar de 30 a 0, foi expressiva. O evento, uma parceria com a Organização das Nações Unidas ( ONU), foi realizado hoje (24) na Procuradoria-Geral da República, em Brasília.

“Caminhamos naquilo que foi possível. Naquilo que não foi, prosseguimos com o diálogo. E esperamos que o Parlamento brasileiro tenha a sensibilidade de aprovar o contexto da proposta das dez medidas”, disse. Janot ressaltou que espera que o Congresso Nacional considere a petição popular para a formulação da proposta que reuniu 2,5 milhões de assinaturas.

O procurador-geral lembrou a Operação Lava Jato e destacou que situações como essa devem ser práticas comuns no Brasil. “Essa investigação não pode ser um ponto fora da curva, tem que ser a normalidade da atuação dos órgãos de controle que devem ser fortalecidos e não enfraquecidos.”

Segundo Janot, os órgãos de controle têm que atuar livremente e “não com a espada de intervenção na atuação daqueles que executam bem as suas atribuições”. “Espero que semana que vem tenhamos ótimas notícias com a aprovação pelo plenário, sem surpresas, sem más notícias”.

Caixa 2

Sobre a polêmica em torno da possibilidade de anistia ao caixa 2, Rodrigo Janot afirmou que esse termo é uma impropriedade, tecnicamente falando. Depois de participar de debate sobre as medidas de combate à corrupção, o procurador explicou que a lei penal só retroage para beneficiar réus e acusados, mas a instituição de crime não pode retroagir. “Os crimes serão aqueles praticados de hoje ou do dia da aprovação, da sanção da lei em diante. Se a dita anistia se refere aos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, peculato e evasão de divisas, isso pode ter reflexo sim em processos em curso e processos já encerrados, porque a lei penal retroage para beneficiar e nunca para prejudicar.”

Ao lembrar exemplos de anistias fiscais já ocorridos no país, Janot sinalizou que pode ocorrer favorecimento de más condutas. “Se de um lado a anistia fiscal autorizou ou ensejou uma arrecadação pelo Estado, de outro lado, de certa maneira, não vou dizer que é um incentivo, mas as pessoas apostam num favor futuro. É nesse contexto que eu vejo qualquer tipo de anistia, seja de repatriação de ativos, seja anistia fiscal”, declarou.

O procurador se manifestou ainda sobre o projeto de lei sobre abuso de autoridade que tramita no Senado. Janot reafirmou que é favorável a mudanças, mas alertou que é preciso rever alguns pontos do projeto. “A lei de hoje foi editada em pleno regime ditatorial e não se aplica mais aos tempos atuais. Portanto, eu sou absolutamente favorável a uma lei moderna e eficiente de abuso de autoridade. Agora, essa é uma questão que tem que ter uma discussão séria, uma discussão que se defina com clareza e objetividade os tipos de cometimento de eventual ilícito de abuso de autoridade. Uma lei que proponha tipos abertos, que procura revigorar algo que há 150 anos que a gente acreditava banido, que é o crime de hermenêutica, essa lei merece uma discussão mais aprofundada”, defendeu.

 

Fonte: Agência Brasil

Picture of Ondaweb Criação de sites

Ondaweb Criação de sites

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.

Notícias + lidas

Cadastra-se para
receber nossa newsletter