“Ela tem que se orgulhar disso”, diz presidente do Simers sobre pediatra que negou atendimento a filho de vereadora

A médica Maria Dolores Bressan deixou de atender o filho da vereadora suplente do PT na Capital, Ariane Leitão por questões partidárias

A pediatra que se negou atender uma criança de um ano e um mês, na Capital, porque o menino é filho de uma militante do Partido dos Trabalhadores (PT) teve o comportamento aprovado pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). Em entrevista ao Diário Gaúcho, o presidente da entidade, Paulo de Argollo Mendes, defendeu a profissional:

— Ela tem a nossa admiração — disse Paulo de Argollo, em entrevista ao Diário Gaúcho.

O caso ganhou repercussão na semana passada quando Ariane Leitão, vereadora suplente na Capital e secretária de Políticas para as Mulheres do Rio Grande do Sul durante a gestão Tarso Genro, publicou uma mensagem que teria sido enviada pela pediatra Maria Dolores Bressan

No texto, a médica explica: “…Tu e teu esposo fazem parte do Partido dos Trabalhadores (ele do Psol) e depois de todos os acontecimentos da semana e culminando com o de ontem, onde houve escárnio e deboche do Lula ao vivo e a cores, para todos verem (representante maior do teu partido), eu estou sem a mínima condição de ser Pediatra do teu filho”.

Procurada pelo Diário Gaúcho, Maria Dolores preferiu não se manifestar.

– Declarações sobre o caso serão dadas pelo Sindicato Médico — limitou-se a dizer a médica.

Ariane denunciou Maria Dolores ao Conselho Regional de Medicina (Cremers). A médica tem 15 dias para apresentar defesa após notificação.

A seguir, trechos da entrevista do presidente do Simers:

Diário Gaúcho – Como que o sindicato vê a atitude da médica?
Paulo de Argollo Mendes – É absolutamente ética. O código de ética médico tem um artigo que estabelece como deve se dar a relação entre médico e paciente. Tem coisas muito claras. Por exemplo, se é uma urgência ou se tu és o único médico da cidade, tu atendes e ponto. Não tem condicionais, é a tua obrigação. Tu não és o único médico da cidade e o paciente tem a possibilidade de escolher outros profissionais, daí tu tens que ser honesto, tem que ser leal com o teu paciente. Se tem alguma coisa que te incomoda e que tu achas que vai prejudicar a tua relação com o teu paciente, se tu não vais se sentir confortável, se não vai ser prazeroso para ti atender aquela pessoa, tu deves dizer para ela francamente: olha, prefiro que tu procures um colega.

Diário – O médico deve atender apenas pessoas com quem ele se dá bem?
Paulo – Não, eu acho que ele deve evitar atender as pessoas que percebe que, por algum motivo, não vai se dar bem.

Diário – O senhor acha que isso pode influenciar no atendimento?
Paulo – Inconscientemente até pode influenciar. O médico sempre procurar ser o máximo possível imparcial.

Diário – O senhor já presenciou outros casos semelhantes?
Paulo – 
Eu não me recordo de um caso tão rumoroso como esse.

Diário – Isso não é comum?
Paulo – 
Não. Eu acho que, às vezes, o médico evita de ser muito direto. Acho que essa médica foi extremamente honesta.

Diário — Ela está abalada com a repercussão? 
Paulo – Não. Acho que ela está surpresa.

Diário – Positiva ou negativamente?
Paulo –
 Nem positivo, nem negativamente. Só admirada.

Diário – Ela demostra arrependimento? 
Paulo – Não. Não tem porque se arrepender. Ela tem que se orgulhar disso. Tem que se orgulhar de ter cumprido o código de ética, ter sido clara, honesta.

Diário – A criança foi prejudicada?
Paulo – Absolutamente não. Existem milhares de médicos em Porto Alegre que podem dar um atendimento tão bom quanto esta doutora.

Diário — E se acontecesse com o senhor?
Paulo — Eu gostaria muito que o médico fosse franco, que ele não fosse um fingido, ficasse fingido que tem prazer e alegria em me atender quando, na verdade, ele está representando um papel.

DG — O que acontece fora do consultório influencia na consulta?
Paulo — Não que interfira na consulta, mas interfere no relacionamento entre as pessoas. Porque não foi por causa de uma consulta, o procedimento da médica ocorreu fora do consultório, não inteferiu na consulta, mas no relacionamento entre dois adultos maduros e esclarecidos. Essa moça é até vereadora, ou suplente de vereadora, não é uma analfabeta ou uma pessoa com deficiência. São dois adultos inteligente e aptos que devem ter um relacionamento maduro, tranquilo, sereno e até bem claro.

 

Fonte: Diário Gaúcho

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