Este foi o 26º encontro do Artinclusão no AR7, pelo Fumproarte/Prefeitura Municipal, que ocorreu num intercâmbio desses artistas mirins e adolescentes com os jovens, com necessidades especiais, no Residencial Inclusivo João Paulo II, mantido pelo Instituto dos Pobres Servos da Divina Providência, com apoio da Fasc – Rua Sandra Bréa, 538, Restinga Velha.
A oficina se desenvolveu na presença e participação da Socióloga Vera Ponzio, Diretora da Fasc e da Primeira Dama do Município, a Advogada Tainá Vidal. O objetivo foi oferecer aos já participantes do projeto, a oportunidade de serem artistas também na vida de relações, conformo nos propõem um de nossos referenciais: Winnicott(*). E nesta visita, com aqueles que são considerados “diferentes” e por isso mesmo merecem nossa acolhida, apoio e troca de experiências. A atividade escolhida para esta oportunidade foi o “dripping”, onde assistiram a um vídeo, com o artista expressionista abstrato Jackson Pollock, exercitando este método: utilizando o pincel como bastão sobre uma tela já preparada com uma camada de tinta. Todos os dezesseis participantes se intercalaram nesta atividade, que resultou em comunhão de esforços, iniciativa, consideração e respeito pela escolha da cor e ritmo do outro, numa excitação crescente, aumentando a capacidade de concentração do grupo, de como e quando a obra finalizaria. A participação foi integral, com cada um interagindo com a criação no mínimo duas vezes, além da participação direta dos próprios representantes das Instituições presentes. Todos queriam saber o significado da cor que escolhiam, segundo Kandinsky (de sua obra: “Do Espiritual na Arte”) para ritualizarem este sentimento circulando a tela no chão e projetando a tinta na mesma, tendo o pincel com bastão, para reforçar o que já foi dito. Claro, que a partir desse expurgo, um sentimento de alívio, pertencimento ao grupo e alegria envolveu a todos. (*) Foi muito significativo para mim este encontro, pois Winnicott (1896-1971), um dos grandes referenciais deste projeto, como também já foi dito, baseou toda a sua teoria no tratamento de crianças mentalmente transtornadas, já que ele mesmo considerava sua infância e juventude muito sombria, sob o jugo de uma mãe depressiva. Para ele cada ser humano traz um potencial inato para amadurecer, para se integrar, mas depende para isto de um ambiente facilitador, e foi o que tivemos nesta tarde. Com Carmela Grüne, Jeanne Luz da Silva, Tainá Vidal, Mariana Caldieraro
Fotos em: https://www.artinclusao.com.br/post/artinclus%C3%A3o-em-interc%C3%A2mbio-facilitador