Advocacia Digital é o meio para continuar existindo

Por Lucas Steinmetz*

 

A Advocacia Digital e a integração de novas tecnologias no ambiente jurídico estão avançando em passos largos. Entretanto, a importância atribuída ainda está bem abaixo do ideal. Enquanto a integração digital da advocacia for vista como um “plus” que o advogado tem a oferecer, não entenderemos sua necessidade para manter os profissionais no mercado.

Pixabay

Não é exagero. E a melhor forma de entender isso é analisando sua próxima geração de clientes.

Em 2017 recebi um convite fora da minha zona de conforto. Ao invés de palestrar para adultos, como já estava acostumado, uma escola pediu que eu falasse com crianças e adolescentes de 8 a 13 anos sobre o uso correto da internet.

Decidi transformar a conversa em uma coleta de novas informações para levar para advogados. Eu estaria falando com pessoas que serão possíveis clientes de advogados nas próximas décadas, então foi uma ótima ideia.

Mostrei uma série de fotos de atores e atrizes renomados nacionalmente, mas que possuem idade acima de 50 anos. Lima Duarte, Fernanda Montenegro, Antônio Fagundes, Maitê Proença… Nenhum dos alunos os reconhecia.

Quando cheguei às fotos de celebridades do Instagram e youtubers, o quadro se inverteu. Todos conheciam Felipe Netto, Whindersson Nunes, e alguns outros que as professoras presentes nunca tinham visto.

Quando falo da necessidade de investir em marketing jurídico digital e de estar a par de novas tecnologias, é a isso que me refiro. Quem são os clientes que irão manter seu escritório em atividade e gerando lucro nas próximas décadas?

É aquele que, hoje, faz parte de uma geração que não conhece o mundo offline. Quando ele nasceu, a internet em alta velocidade já era uma realidade de grande abrangência no Brasil.

Pensar que o advogado que possui um escritório digital ou que busca presença digital está fazendo isso para ter um “bônus” a oferecer é um erro. Essa não é uma ação de concorrência. Essa é uma ação de sobrevivência.

Na verdade, ele está se assegurando de que continuará no mercado dentro de poucos anos.

Você pode não depender de atividade digital para manter seu escritório hoje. Mas o que vai acontecer quando esses jovens forem seus clientes do amanhã? O que acontecerá quando seu clientes tiverem a internet como fonte maior de credibilidade e confiança?

As atividades e-commerce (comércio pela internet) crescem mais de 10% ao ano. Aproximadamente R$ 50 bilhões são movimentados a cada 12 meses em compras na internet. Os dados provam que o consumo de produtos na internet estão ganhando espaço e se sobrepondo a outros mercados físicos tradicionais (Spotify e Netflix são bons exemplos disso).

Um jovem de 15 anos pode não ser uma grande oportunidade de negócio para um advogado hoje. Mas a tecnologia e a fidelidade digital estão marcadas no DNA dele. Em 20 anos, ele será um professor, médico, arquiteto, funcionário público, juiz ou, talvez, seu cliente. E o DNA dele continuará sendo digital.

A cultura online vai, inevitavelmente, crescer cada vez mais. O mercado, como todas as demais coisas, já está em processo de transformação. Você já está investindo na sua sobrevivência digital?

Sobre o autor: Lucas Steinmetz (conhecido como Moita) é produtor de conteúdo para a internet desde 2007, YouTuber desde 2009 e se formou em jornalismo em 2014. Se especializou em marketing jurídico e SEO trabalhando na Koetz Advocacia (primeiro escritório 100% digital do Brasil) e atualmente atua na transformação digital de escritórios de advocacia com a ADVBOX.

 

 

Comentários

  • (will not be published)