Renata Malta Vilas-Bôas, articulista do Jornal Estado de Direito
Nos últimos anos, o número de graduados em Direito tem crescido exponencialmente, alimentando um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. No entanto, é alarmante perceber que muitos desses jovens advogados enfrentam uma realidade difícil ao ingressar na advocacia. A falta de preparação para o mercado de trabalho é uma questão urgente, especialmente para as mulheres, que enfrentam desafios adicionais. Neste artigo, exploraremos os números que revelam essa situação e discutiremos por que a mentoria desempenha um papel crucial na transição para a carreira jurídica.
Sabemos que anualmente milhares de estudantes concluem o curso de Direito no Brasil. Contudo, a quantidade de graduados que não são aprovados no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil é imensa.
Entre outros pontos podemos dizer que isso reflete a desconexão entre a formação acadêmica ofertada pelas universidades e faculdades de direito e o que se espera com o Exame da Ordem.
Além disso a advocacia é ainda mais difícil para as jovens advogadas, pois além dos desafios que os jovens advogados têm a estes se acrescentam aqueles que são exclusivos para as mulheres. E dentre eles podemos citar
A questão do papel das mulheres na sociedade e no mercado de trabalho. Basta perguntar a qualquer pessoa como é que eles visualizam um advogado. Normalmente vão descrever como o advogado sendo homem, mais velho e vestindo terno preto !
E isso porque, acreditam que a advocacia não é um ambiente “feminino”!
Mas, até mesmo as próprias mulheres acabam ficando desanimadas com a profissão pois um dos problemas que enfrentam é a ausência de representatividade. Falta o destaque para as grandes expoentes do direito. Fala-se pouco das mulheres que trouxeram os avanços para o direito brasileiro. Como também são poucas as mulheres em posição de liderança na advocacia e dentro dos escritórios tradicionais. Com isso, acaba por desencorajar as jovens advogadas a seguirem essa profissão e surge um ambiente mais masculino e menos inclusivo.
Outro aspecto diz respeito à pressão na vida pessoal. Como ainda estamos muito arraigados às expectativas tradicionais de que as mulheres é que devem cuidar da família, da casa e da prole, torna-se bem mais desafiador para as jovens advogadas conseguirem conciliar a vida pessoal com a advocacia.
Ainda encontramos juízes dizendo para jovens advogadas que estas não devem engravidar pois quem irá amparar o cliente enquanto elas tiverem cuidado de seus bebês, apesar da previsão legal que temos.
E até mesmo os namorados e futuros maridos se sentem ameaçados pela profissão de advocada escolhida pela namorada, eis que esta passa a ser mais inquisitiva e não se deixa levar por argumentos baseados em “porque eu sou homem”, ou coisas do mesmo padrão.
E não são poucos os desafios que se enfrentam, pois até mesmo para se posicionar e assumir como sendo uma jovem advogada é difícil. Assim, com tantos desafios, um dos caminhos que a jovem advogada tem é buscar uma mentoria como uma solução fundamental para capacitar jovens advogadas e prepará-las para o mercado de trabalho.
Um dos motivos por que a mentoria é essencial é porque a orientação passa a ser personalizada. Por meio da mentoria, as jovens advogadas podem receber a orientação personalizada de profissionais experientes que conhecem as complexidades da advocacia.
Além disso, a mentoria irá facilitar o networking facilitando assim a construção de uma rede de contatos que é valiosa e essencial para o sucesso na advocacia.
Os mentores vão compartilhar conhecimentos práticos e insights sobre como lidar com casos, clientes e os desafios diários da advocacia.
Além disso, a mentoria ajuda a desenvolver habilidades não apenas jurídicas, mas também de comunicação, negociação e gestão de tempo que são habilidades necessárias para o bom funcionamento da advocacia !
E, por fim, mas não menos importante, podemos falar que a mentoria irá ajudar as jovens advogadas a ganhar confiança e a se sentir empoderadas para poder enfrentar os diversos desafios que ocorrem diariamente na advocacia.
Em um mundo onde a formação acadêmica muitas vezes não prepara adequadamente os futuros advogados para a prática da profissão, a mentoria emerge como um farol de orientação e apoio.
Para as jovens advogadas, é uma ferramenta essencial para superar os obstáculos, conquistar seu espaço e moldar um futuro mais igualitário na advocacia. Portanto, incentivar e buscar a mentoria deve ser uma prioridade para todos que desejam construir uma carreira bem-sucedida no campo jurídico.
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*Renata Malta Vilas-Bôas é Articulista do Estado de Direito, advogada devidamente inscrita na OAB/DF no. 11.695. Sócia-fundadora do escritório de advocacia Vilas-Bôas & Spencer Bruno Advocacia e Assessoria Jurídica, Professora universitária. Professora na ESA OAB/DF; Mestre em Direito pela UPFE, Conselheira Consultiva da ALACH – Academia Latino-Americana de Ciências Humanas; Acadêmica Imortal da ALACH – Academia Latino-Americana de Ciências Humanas; Integrante da Rete Internazionale di Eccelenza Legale. Secretária-Geral da Rede Internacional de Excelência Jurídica – Seção Rio de Janeiro – RJ; Colaboradora da Rádio Justiça; Ex-presidente da Comissão de Direito das Famílias da Associação Brasileira de Advogados – ABA; Presidente da Comissão Acadêmica do IBDFAM/DF – Instituto Brasileiro de Direito das Familias – seção Distrito Federal; Autora de diversas obras jurídicas. |
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