Coluna Poiesis – Encontros da Literatura e do Direito
… é preciso poetizar-se, dissolvendo paredes de aço com palavras perdidas como bombas imaginárias.
“Querendo quebrar os limites.
‘Do maldito’
Do dito e do não dito.
Corromper, ultrapassar, transgredir”.
Primeiro ato: INFERNO – a pobreza da Filosofia
Segundo ato: PURGATÓRIO – a paródia do Direito
Terceiro ato: PARAÍSO – a esquizofrenia da Política
Quarto e último ato: da comédia da vida à poiesis revolucionária – Fim.
Fim da tragédia. Início da comédia.
Disjunção poético-ético-transgressora.
Dialética negativa?
Maiêutica socrática?
Diálogos platônicos?
Niilismo?
Tantrismo? Surrealismo?
Dadaísmo?
Tudo isso e mais,
mas sem “ismos”,
Ao infinito e além
Além do humano, do homem?
Fazer com que tais nomes continuem a reverberar,
… Marx, Nietzsche, Blanchot, Baudrillard,
Badiou, Warat,
Oswald de Andrade, o Mário e o Carlos também,
Anjos-demônios, caídos,
Revolucionários pós-filosóficos
Anarquistas do fim do mundo,
Nós os invencíveis como indomáveis,
Insubmissos,
Pós-apocalípticos,
Revisitar os clássicos não tão populares,
Kafka, Marx, Dante, Dostoievsky,
propor novas linguagens,
algo não menos que abissal,
transgressor.
Instinto de morte,
fertilizado pelo princípio do nirvana
mais do que pelo do prazer.
NOSSA CONSTITUIÇÃO:
Artigo 1º: Des-dogmatizar o Direito.
Parágrafo primeiro: por um Direito aberto, transgressor, rebelde, já que só encontramos a felicidade na rebeldia. Paródia ao Direito.
Parágrafo segundo: por um Direito erótico-poético, em busca de uma fundamentação superior ao Direito, que poderia se dar em termos mito=>>>poiético-artístico-performáticos.
Parágrafo terceiro: por um Direito pelo avesso. Por um direito transgressional.
Artigo 2º: Des-historicizar a Filosofia.
Parágrafo único: por uma Filosofia própria, autêntica, banhada no mar da poesia e das demais artes, revolucionária.
Ativa,
que não se limite a interpretar apenas a vida.
Artigo 3º: Des- fetichizar o Homem.
Parágrafo primeiro: retomar a experiência catártica das tragédias, mas também, e sobretudo, as comédias. Maravilhar-se e espantar-se novamente.
Parágrafo segundo: a racionalidade de SARTRE X BATAILLE e sua experiência interior.
SUMmA ADOGMÁTICA
OU
O porquê do Direito e religião: a transgressão em Bataille e em Nietzsche
Como falar da pobreza sem ter nunca passado fome? Portanto, experiência, abertura…
Ser invencível por não jogar o jogo onde o vencedor leva tudo,
com as cartas já marcadas.
Só as artes podem.
PHODEM,
EVOÈ!
AHU!!
…
..
.
P
O
E
S
I
a
R
A
D
I
C
A
l
…
..
.
.
Nua,
selvagem, pura
como galopes de um cavalo.
O que é o ser humano afinal?
Político animal. Animal político
Abelha e lobo.
Mas e o logos, o diálogo?
O assombro dos assombros,
cheio de ódio e asco.
A martelar a cabeça e
certezas desmantelar
olhando a beira do penhasco.
…arriscar
florescer…
já que nos sonhos
não se pode morrer!
O martelo de Nietzsche
ensina a verdade não mais procurar
subir a mais alta montanha
tirar o anão das costas,
gritarrrrrrrrrrrrr,
saltar e voar…
Cinza virar
E depois
D
I
A
M
A
N
T
e
.
..
…
Poetizar
Santificar o riso e dançar.
Mas e se no final
VER QUE É O INÍCIO
ETERNO RETORNO
DO IGUAL
E quem
te
pegar
pela
mão
for justamente o Diabo?
RETOMAR a experiência do absurdo,
o dilaceramento (Jaspers),
a morte (Malraux),
o abandono (Heidegger),
o ser auto caluniador (Kafka),
o Sísifo (CAMUS),
o AMINADAB (Blanchot).
SUM(m)A ADOGMÁTICA II
personagens:
- O culpado, o cortável,
O INACABADO,
O IMPOSSÍVEL
2 – O POETA- FILÓSOFO
3 – Dianus, Um estrangeiro
O DIÁLOGO COMEÇA:
BUSCA-SE A prática da alegria diante da morteEMvida.
MAS QUAL A VERDADEIRA ALEGRIA,
AQUELA LIGADA AOS PRAZERES
DO CORPO (desejo) OU DA ALMA (conhecimento)?
Mais do que a verdade,
a busca Do medo.
Do MEDO Que só o limitado do pensamento atinge
…o medo do NADa.
Mas o que é o Nada?
Aquilo que nos invade e nos subtrai o tudo. O Outro?
DECIDA-SE: PILULA VERMELHA OU AZUL?
EM NOSSA MAIS ELEVADA ANGÚSTIA E DESESPERO,
As lágrimas riem e o riso chora.
RUPTURA.
A obscuridade torna-se alucinante
NOS tensionaNdo para o (im)possível.
Neste estado de não-nascimento
De ser não sendo
Sequer também
existindo,
mas eternamente se (re)
construindo,
autopoieticamente.
O riso É ESSENCIAL,
escapamos da gravidade rindo.
O RISO É TRANSGRESSOR.
Nenhum limite
a partir de uma risada violenta o bastante.
POIS O riso liga-se ao gozo.
É A PERFEITA comunicação e conhecimento.
Angustia sacrificial.
Prazer erótico.
Poesia.
Êxtase.
Pitadas de perversão no coração,
PUREZA E
LEVEZA
.
.
.
DE
ALMA.
SUM(m)A ADOGMÁTICA III
Poema Unfinished
Tocar as margens do impensável e do inominável …
um experimento com a linguagem,
uma linguagem poética do pensamento.
mais do que um delírio filosófico
e um esteticismo poético,
UMA hermenêutica destruidora.
Antropomorfia Incondicional
UM olhar radical (Ereignis eraugnis )
Uma metamorfose do próprio sentido de metamorfose
O Pensamento Que Pensa O Seu Outro
UM NOVO COMEÇO
Ler o ilegível.
Dizer o indizível.
Entrar no ADYTON,
nos reencontrar com o sagrado,
NOS FORTALECER
Assimetrias. Banalidades.
O acolhimento do outro. O estranho. O inimigo.
O espaço da palavra, ATOPIA (Holderlin)
A filosofia é atópica. Atopos não significa sem lugar,
o lugar da Filosofia é a Ágora (Sócrates).
mais pre-sença (Da-sein).
No círculo esotérico reside a chance de uma comunidade,
de reatar o fio de Ariadne
no labirinto da vida.
Menos maquinação, operacionalização,
cientificidade e efetividade na Academia.
Por uma Academia não elitizada,
POP, do povo, popular, democrática.
Eu digo Não:
À academização, burocratização e institucionalização da Filosofia.
À unidimensionalidade.
À institucionalização e apoderamento do sentido.
À Filosofia como religião.
A favor da radical in-tensão,
De uma Filosofia de alta intensidade,
EM intensidade
todo interior é um fora de si,
em se expondo a ser.
intimidade SEM interioridade,
intimidade ek-stática própria a EROS e ao erótico,
a dimensão fundadora do primeiro de todos os deuses.
O pensamento tornou-se esotérico
mercantilizado de tanto se reproduzir irá acabar esgotado.
Mas não no sentido de esotérico que nega o esoterismo de todo ismo.
RECUPERAÇÃO DE PAULO, o primeiro crítico, o primeiro esotérico, um rebelde.
Pai! Afasta de mim esse Cá-Lice (Gilberto Gil e Chico Buarque).
Um modo de resistência, autóctone, poético-revolucionário.