14ª Oficina do Artinclusão no AR7/Fasc, pelo Prêmio Fumproarte/Prefeitura Municipal Herói, etimologicamente seria: o guardião, o defensor, o que nasceu para servir, que desde seu nascimento é exposto a situações de perigo. Já no primeiro encontro percebi que estava diante de crianças e adolescentes heróis, resistindo bravamente à exposição da vulnerabilidade social a que são submetidos. Foram chamados a “aventura” de sobreviverem às imperícias dos adultos, sem reconhecerem os pais ou responsáveis como heróis, capazes de protegê-los dos “perigos” da vida. Suas “aventuras” são o enfrentamento dessa realidade. E para tanto teremos que auxiliá-los nessa trajetória.
Decidi apresentar-lhes uma proposta “mágica” para suas criações pictóricas: “Se…, então…” – desbloqueia o criativo, pois permite o inventar sem compromisso nenhum. Criar é dar existência ao nada, estabelecer relações até então não estabelecidas pelo universo do indivíduo, visando determinado fim. Desperta um profundo sentimento de existência e auto percepção, um desejo de evoluir.
Parti para a proposta: “- SE vocês pudessem criar um herói só para vocês, ENTÃO que poder mágico lhe dariam?” Passamos a ouvir as respostas e discutir a respeito, estimulando que colocassem tudo em seus desenhos, para depois pintarem em acrílica sobre tela. Foi um alvoroço total, entre os dezoito participantes de três a dezessete anos, em meio a um “mãos à obra” de cada um, estimulados pela situação-problema apresentada. Simbolicamente, através do lúdico, estavam enfrentando suas realidades trágicas, imprescindível para seus desenvolvimentos pessoais. Se o herói se recusa a esta aventura de enfrentamento, será “amaldiçoado” com uma vida vazia, ou ilusória, ou de fuga, tipo: a droga e suas consequências e ou o suicídio (2ª causa de morte entre indivíduos de 15 a 29 anos). Em suma: de adoecimento. Ao aceitarem o enfrentamento, no início da aventura, recebem um “auxílio sobrenatural”: um animal falante, um deus, um conselheiro, a Fasc e/ou o Artinclusão, que lhes permite seguirem na empreitada. Acolhendo e os estimulando ao estudo e ao conhecimento, para atravessarem os “limiares” que a vida vai lhes propor, reforçando seus processos de identidade, autoimagem e autoestima.
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