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Justiça proíbe venda da revista Isto É

Decisão atendeu a um pedido do governador do Ceará, Cid Gomes.
Ele é citado como um dos integrantes de suposto esquema de corrupção.

A justiça proibiu a venda da Revista Isto É em todo o país. A decisão atendeu a um pedido do governador do Ceará, Cid Gomes, do PROS. Segundo reportagem publicada na revista, Cid Gomes foi citado como um dos integrantes do suposto esquema de corrupção na Petrobras.

Em Fortaleza, os donos de bancas de jornal dizem que a procura pela revista Isto É aumentou muito, por causa da reportagem e se queixam que é praticamente impossível conseguir um exemplar.

“Ontem vieram 10, 15 pessoas atrás da revista e eu deixei de vender porque não tinha”, conta a dona de uma banca, Carlos Reinaldo Lima.

Em sua última edição, a Isto É publicou uma reportagem na qual o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, cita o governador do Ceará, Cid Gomes, como um dos envolvidos no suposto esquema de corrupção na estatal.

O governador Cid Gomes acusou a revista de citar o nome dele sem qualquer fundamento, disse que está processando a Isto É por calúnia e difamação. O governador afirma que nunca teve qualquer envolvimento com o ex-diretor da Petrobras e diz que tudo não passa de fraude com fins eleitorais.

A justiça do Ceará proibiu a circulação da Isto É em todo o Brasil e determinou que  a página da revista na internet retire a reportagem que cita o governador Cid Gomes. A proibição partiu da juíza Maria Marleide Maciel Queiroz.

O Tribunal de Justiça do Ceará não fala sobre o assunto porque alega que o caso corre em segredo de justiça. Na página da Isto É na internet, foi postada uma nota afirmando que a revista estuda medida judicial que garanta seu direito constitucional de informar à sociedade assuntos de interesse público.

A Federação Nacional de Jornalistas classificou o episódio como censura prévia e lamentou que juízes de primeira instância possam interferir na liberdade de imprensa.

A Associação Brasileira de Imprensa repudiou a decisão da justiça do Ceará. Disse que se trata de um gravíssimo atentado, inconstitucional, contra a liberdade de imprensa e informação.

A Sociedade Interamericana de Imprensa, com sede em Miami, nos Estados Unidos, disse que esse é um caso grave de censura à imprensa e que não lhe é estranho porque a censura prévia judicial do Brasil é a pior da América Latina.

O órgão disse ainda que essa decisão contraria a convenção dos direitos latinoamericanos: o artigo 13 dessa convenção proíbe a censura prévia que também é proibida pela OEA – a Organização dos Estados Americanos.

Fonte: http://g1.globo.com/

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