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Justiça dos EUA inocenta policial que atirou em jovem negro e população protesta

O FBI, a Guarda Nacional e tropa de choque estão preparados para intervir caso ocorram protestos

O juri de Saint Louis não irá indiciar o policial Darren Wilson, 28, que matou com seis tiros o jovem negro Michael Brown, 18, diante de uma loja de conveniência em Ferguson, Estado do Missouri, na tarde de 9 de agosto. Brown estava desarmado.

O anúncio foi feito na noite de segunda (24) – início da madrugada desta terça (25) no Brasil. Em entrevista coletiva o promotor da comarca Robert  McCulloch afirmou que “Darren Wilson não será acusado em conexão à morte de Michael Brown ocorrida em 9 de agosto em Ferguson”.

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De acordo com McCulloch, o júri fez uma investigação exaustiva e os jurados não encontraram motivos para indiciar o policial. O juri, na vizinha (e mais rica) cidade de Clayton, de população de maioria branca, foi formado por nove brancos e três negros.

A família de Michael Brown emitiu comunicado dizendo-se profundamente decepcionada com a decisão. A morte se tornou o caso mais famoso entre várias outras mortes de jovens negros neste ano causadas por policiais brancos.

A área de Ferguson, St. Louis, no Missouri, está em estado de alerta. O FBI, a Guarda Nacional e tropa de choque estão preparados para intervir caso ocorram protestos. A decisão, aguardada por centenas de pessoas nas ruas, provoca o temor de novas manifestações e distúrbios na cidade, sacudida por protestos em agosto passado.

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Revolta da população

Uma multidão se reuniu em torno de um carro de som que transmitia a decisão de McCulloch. A mãe de Brown, Lesley McSpadden, que estava sentado em cima do carro, começou a chorar e começou a gritar, antes de ser levada por amigos.

Os manifestantes foram em direção a barricada feita pela polícia da tropa de choque, forçando e atirando objetos nos policiais, incluindo um megafone. A tropa não reagiu e se manteve firme no local.

A Justiça levou seis horas para fazer público o veredito. Especula-se que a demora foi provocada por receios de uma reação violenta à decisão, esperando a noite chegar para que escolas e estabelecimentos comerciais estivessem já fechados e a maioria da população em casa.

O governador de Missouri, Jay Nixon, decretou estado de emergência no Estado mesmo antes do anúncio do veredito, com temor de protestos violentos.

O presidente Barack Obama também se manifestou algumas horas antes. A Casa Branca emitiu um comunicado solicitando que possíveis manifestações fossem pacíficas.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está conduzindo uma investigação separada sobre possíveis violações de direitos civis que poderiam resultar em acusações federais. O departamento também lançou fará uma pesquisa ampla no Departamento de Polícia de Ferguson, procurando padrões de discriminação.

O caso

Darren Wilson jamais falou publicamente desde a morte de Brown, mas testemunhou para os jurados.

Logo após a morte de Brown, a polícia mandou tanques, blindados e centenas de policiais usando uniformes camuflados para conter protestos seguidos de saques e vandalismo em Ferguson, o que também provocou um debate nacional sobre a excessiva militarização da polícia americana. Para analistas, a repressão aumentou a violência e reforçou o sentimento de discriminação daquela comunidade.

A conduta das autoridades e da polícia de Ferguson foi criticada desde o início do caso. O corpo de Brown ficou quatro horas e meia estendido no chão diante de uma loja de conveniência após receber os seis tiros; a polícia demorou vários dias para divulgar a identidade do policial e o fez no mesmo dia em que divulgou um vídeo de Brown furtando a loja de conveniência, mas sem maiores explicações.

Para muitos, a polícia estava querendo culpar a vítima. O presidente Barack Obama então mandou seu ministro da Justiça, Eric Holder, a Ferguson para se encontrar com os pais do jovem.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/

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